A vida de uma criança ou jovem é um universo de possibilidades, sonhos e desafios. Contudo, nem sempre o caminho é harmonioso. Há momentos em que a proteção e o amparo são necessários para garantir que esses jovens possam crescer em segurança, saúde e bem-estar. É aqui que entra a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), uma instituição que, no coração de Portugal, trabalha diariamente para ser o farol de esperança e segurança para aqueles que mais precisam.

O que é a CPCJ?

A CPCJ, como estabelecido pela Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, é uma instituição oficial, não judiciária, com autonomia funcional. O seu principal objetivo é a promoção dos direitos da criança e do jovem, prevenindo ou extinguindo situações que possam afetar seu desenvolvimento integral. Imagine uma rede de apoio, tecida por representantes de várias entidades da sociedade – desde a segurança social, passando pela educação, saúde, até às forças policiais e organizações não governamentais. Essa é a CPCJ: uma comunidade unida em prol do bem-estar infantil e juvenil.

Como atua a CPCJ?

A intervenção das comissões, como descrito nos Artigos 7º e 8º da mesma lei, é subsidiária. Quer dizer, quando outras entidades não conseguem, por si só, remover o perigo ou a situação de risco, a CPCJ atua. Funciona em duas modalidades: a Comissão Alargada, que se dedica à promoção dos direitos e à prevenção, e a Comissão Restrita, focada em intervir diretamente nas situações de perigo. Este duplo papel é uma dança entre a prevenção e a ação, sempre com o bem-estar da criança ou jovem como objetivo.

Cada caso que chega à CPCJ é tratado com a delicadeza de quem sabe que está lidando com vidas em formação. Seja por negligência, abuso, ou qualquer situação que ameace o desenvolvimento saudável, a CPCJ está presente, atenta e pronta para a atuar, mas sempre com o desejo de manter a criança ou jovem no seu meio natural, junto à família, sempre que possível. A ideia não é separar, mas sim proteger e apoiar as vítimas.

Imagine a Maria, uma criança que sofreu com a violência doméstica. A CPCJ, ao intervir, não apenas protege Maria, mas também trabalha para que ela possa regressar a um ambiente seguro, talvez com acompanhamento psicológico, educacional e social, tudo para que ela possa sonhar e crescer sem o fardo do passado. Agora suponha que o João, um jovem cuja educação estava sendo prejudicada por dificuldades familiares; a CPCJ pode ser o apoio que ele precisa para voltar ao caminho da escola e do desenvolvimento pessoal.

A humanização desta instituição está na sua composição e funcionamento. Os membros da CPCJ, muitas vezes voluntários ou representantes de instituições locais, trazem consigo uma bagagem de conhecimento e empatia. Eles são os olhos e ouvidos da comunidade, aqueles que entendem que cada criança ou jovem merece uma chance de viver plenamente suas potencialidades.

Um papel de destaque social

Portanto, quando falamos da CPCJ, falamos de uma instituição que não está apenas no papel da legislação, mas que vive nas histórias de milhares de crianças e jovens em Portugal. Ela é o abraço que protege, a voz que defende e o caminho que guia para um futuro onde cada jovem possa escrever sua própria história de sucesso e felicidade.

Cada um de nós pode ser parte dessa rede de proteção, seja através da denúncia de situações de risco, do voluntariado ou simplesmente ao entender e valorizar o trabalho da CPCJ. Porque, no fim do dia, o que queremos é um Portugal onde cada criança e jovem possa crescer sem medo, com amor e com todas as oportunidades que a vida deve oferecer.

10-02-2025

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Susana Canêdo - Advogada
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